13 de mai. de 2013

Resenha Crítica


Precursor do Romantismo no Brasil, “A Moreninha” possui todos os elementos necessários para agradar o público leitor. Que tal curtir essa resenha?

Sinopse




Como se manter fiel ao juramento de amor feito no passado, diante de uma nova e ardorosa paixão? É o que se pergunta Augusto ao conhecer Carolina, a Moreninha. Esta divertida história de amor retrata com 
perspicácia a sociedade do Rio de Janeiro do Segundo Reinado.



Minha opinião:


Considerado o primeiro romance puramente brasileiro, “A Moreninha” retrata o cotidiano de estudantes de medicina, os hábitos da burguesia fluminense e os costumes da época. 
Para um primeiro best-seller da jovem literatura do Brasil, a obra saiu-se muito bem. Com o intuito de agradar única e exclusivamente o público leitor, Joaquim Manuel de Macedo detém-se em escrever um romance aos padrões Românticos, com heróis íntegros e donzelas angelicais e praticamente inatingíveis, entretanto, sem esquecer-se dos detalhes propriamente brasileiros e tropicais, como uma protagonista morena, opondo-se à clássica e perfeita heroína loira dos padrões europeus.
— Ela é travessa como o beija-flor, inocente como uma boneca, faceira como o pavão, e curiosa como... uma mulher.
(Capítulo V)

As características do Romantismo, escola literária do século XIX, transbordam a todo momento. Nas caracterizações dos cenários, dos personagens, da moda, no emprego excessivo de adjetivos e na série de obstáculos que todo herói romântico precisa superar para alcançar o coração da sua amada.
Macedo busca criar uma literatura de entretenimento, de linguagem simples, destinada ao amplo público leitor da recém-formada República brasileira. Recriando uma realidade onde estes pudessem projetar seus anseios, vivendo durante a leitura um retrato da vida que gostaria de levar.
A subjetividade é altamente valorizada, assim como os sentimentos individuais, porém não se tem por preocupação promover reflexões mais intimistas, críticas à sociedade ou às mudanças do período transitório em que o livro foi escrito.
Para os padrões atuais, “A Moreninha” configura-se com uma estória água-com-açúcar, ingênua e sutil, porém “o que não se pode esquecer é que um romance é a construção de um espaço específico em que a Vida, mesmo fingida, aparece como Verdade.” 
Em suma, pode concluir-se que a leitura agradou e surpreendeu grande parte do grupo, principalmente pela proximidade que o livro tem com as telenovelas atuais, seguindo a receita, descoberta por Joaquim Manuel de Macedo, que tanto deu certo.
A mistura de um amor impossível, situações cômicas e cenários deslumbrantes conserva-se até hoje, mostrando que o livro continua atual, leve e cumprindo o seu papel: entreter e faz sonhar.



Amor?... Amor não é efeito, nem causa, nem princípio, nem fim, e é tudo isso ao mesmo tempo;
(Capítulo XIX)