20 de mar. de 2012

 
“Infeliz! Não és um tolo? Não te enganas a ti mesmo? Porque te entregas a esta paixão desenfreada, interminável? Todas as minhas preces dirigem-se a ela; na minha imaginação não há outra figura senão a dela, e tudo que me cerca somente têm sentido quando relacionado a ela. E isso me proporciona algumas horas de felicidade – até o momento em que novamente preciso separar-me dela! Ah, Wilhelm!, quantas coisas o meu coração desejaria fazer! Depois de estar junto dela duas ou três horas, deliciando-me com sua presença, suas maneiras, a expressão celestial de suas palavras, e todos os meus sentidos pouco a pouco se tornaram tensos, de repente uma sombra turva meus olhos, mal consigo ouvir, sinto-me sufocado, como se estivesse sendo estrangulado por um assassino, meu coração bate estouvadamente, procurando acalmar os meus sentidos atormentados, mas conseguindo apenas aumentar a perturbação – Wilhelm, muitas vezes nem sei se ainda estou nesse mundo!"


(J. W. Goethe, Os sofrimentos do jovem Werther)

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Bem-vindos ao Primeiros Erros!
Atenção: nem todos os textos, imagens e demais conteúdos do blog são de minha autoria. Para maiores informações, críticas ou sugestões, entre em contato através de comentários.


Solte o verbo! Comente!